Essa década é considerada uma época de transição entre o período de guerras da
primeira metade do século XX e o período das revoluções comportamentais e
tecnológicas da segunda metade. A televisão chegou no Brasil, foi a "idade de ouro" do cinema e também a época de importantes descobertas científicas.
Na moda, a mulher dos anos 50 se tornou mais feminina e glamourosa, de acordo com a moda lançada pelo "New Look", de Christian Dior, em 1947. A atmosfera nessa década em Paris era sofisticada. Peles, cachemere, mohair e jóias eram itens muito valorizados. Com o fim da escassez dos cosméticos do pós-guerra, a beleza se tornaria um tema de grande importância, era tempo de cuidar da aparência. A maquilagem valorizava o olhar e levou o lançamento de muitos produtos como sombra, rímel, lápis para olhos e sombrancelhas e deliniador. A maquilagem realsava a intensidade dos olhos e a palidez da pele. Foi também o auge das tintas para cabelo, loções alisadoras e fixadoras. Os penteados podiam ser coques ou rabo de cavalos, com mechas que caíam no rosto e franja com ar de menina.
Alguns esterótipos foram criados nesta época, o de engênua chique encarnado em
Grace Kelly e Audrey Hepburn, que se caracterizavam pela naturalidade e
jovialidade, o estilo sensual e fatal, como o das atrizes Rita Hayworth e
Ava Gardner, e os das pin-ups loiras e com seios fartos, como Marilyn Monroe e Brigitte Bardot , que eram
uma mistura dos dois estilos, a devastadora combinação de ingenuidade e
sensualidade.
A parcela mais jovem do público feminino começou a demosntrar sua vontade, não aceitando a moda feita para suas mães. O rock, a alta-costura, o período de independências, emancipações e liberdades, foi aqui que tudo começou. Ao som do rock and roll, a juventude norte-americana buscava sua própria moda. O look “estudante de arte” se popularizou pois renegava o luxo vigente. O popular “sportswear” americano se difundiu rapidamente entre os jovens, como calças cigarettes até os tornozelos, sapatos baixos e jeans.
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Calça Cigarrete |
O cinema lançou a moda do garoto rebelde, simbolizada por
James Dean em "Juventude Transviada" (1955), que usava blusão de couro e jeans, assim como
Marlon Brando, que também sugeria um visual displicente no filme "Um Bonde
Chamado Desejo" (1951), transformando a camiseta branca em um símbolo da
juventude.
O “beatnik look” surgiu nas ruas, inspirados nas roupas de astros da música e uniformes de gangues de rua. A demanda por roupas para jovens começa a crescer, o que acabou chamando a atenção de alguns estilistas. Mary Quant abriu sua loja Bazaar na King’s Road em 1958 e o prêt-a-portér começa a ficar mais forte e o sportswear americano ganha a Europa. Porém na Inglaterra, alguns londrinos voltaram a usar o estilo eduardiano, mas com um componente mais agressivo, com longos jaquetões de veludo, coloridos e vistosos, além de um topete enrolado. Eram os "teddy-boys"( e girls).
No final dos anos 40 e inicio dos anos 50, o estilo Pin Up também esteve presente na moda da época. Mulher volup-tuosa, com ar clássico e muito feminina, pele alva, batom vermelho e uma postura provocante, porém com algo de ingênuo. Essas eram as principais caracteristicas da Pin Up, que tinha como maior ícone a modelo Bettie Page.
Durante os anos 50, a alta-costura viveu o seu apogeu. Nomes importantes da criação de moda, como Cristobal Balenciaga, Hubert de Givenchy, Pierre Balmain, Chanel, Madame Grès, Nina Ricci e o próprio Christian Dior, transformaram essa época na mais glamourosa e sofisticada de todas. Foi a partir dessa década que uma forma de difusão da alta-costura parisiense tornou-se possível, com a criação de um grupo chamado "Costureiros Associados", do qual faziam parte famosas maisons.
Ao lado do sucesso da alta-costura parisiense, os Estados Unidos estavam avançando na direção do ready-to-wear e da confecção. A indústria norte-americana desse setor estava cada vez mais forte, com as técnicas de produção em massa cada vez mais bem desenvolvidas e especializadas. Nessa época, pela primeira vez, as pessoas comuns puderam ter acesso às criações da moda sintonizada com as tendências do momento.
Em 1955, as revistas Elle e Vogue dedicaram várias páginas de sua publicação às coleções de prêt-à-porter, o que sinalizava que algo estava se transformando no mundo da moda. (fonte: Almanaque Folha)
Ao final dos anos 50, a confecção se apresentava como a grande oportunidade de democratização da moda, que começou a fazer parte da vida cotidiana. Nesse cenário, começava a ser formar um mercado com um grande potencial, o da moda jovem, que se tornaria o grande filão dos anos 60. Os modelos mudavam depressa e os fabricantes tinham dificuldades em atender a demanda. Começou então uma corrida frenética às lojas para se manter atualizados, mas essa parte fica pro próximo post...
Próximo post: Anos 60
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